
O valor divulgado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) é 20% menor quando comparado com os gastos de 2016 – cerca de R$ 3,5 bilhões.
A maior despesa dos candidatos foi com a produção de materiais impressos, que representam 21% do total. Em segundo lugar ficou a produção de programas de rádio, televisão ou vídeo, com cerca de 9% do total.
De acordo com o G1, que ouviu o cientista político e professor da PUC Minas Malco Camargos, as despesas totais da campanha de 2020 precisam ser analisadas considerando o tamanho de uma eleição municipal em um país com as dimensões do Brasil. Ele ressalta que o aumento do número de candidaturas impactou de certa forma o volume de recursos a serem distribuídos, e que é preciso garantir que a distribuição tenha sido a mais democrática possível.
“São mais de 5 mil municípios no Brasil e, em cada um deles elegemos um prefeito, um vice-prefeito e pelo menos nove vereadores. O que parece muito quando distribuído nestes cenários mostra que pode não ser suficiente. Além do financiamento público, as regras nesta eleição também geraram incentivos para o lançamento de várias candidaturas, deixando os recursos ainda mais escassos. Mas, frente à escassez, o mais necessário é garantir a democratização do uso do recurso”, observa Camargos.
No levantamento feito pelo G1, os desembolsos das campanhas neste ano com impulsionamento de conteúdo nas redes sociais chegaram a R$ 95 milhões, pouco mais de 3% dos custos das campanhas. Para Camargos, o modelo digital não substitui as estratégias das campanhas pré-internet.
“A inclusão de novas mídias não enfraquece o uso de mídias comumente usadas. O digital veio para ficar, mas ele não vai substituir a TV, o rádio e também o corpo a corpo das campanhas. O que certamente diminuiu foram os gastos com eventos de campanha”, explica o cientista político Malco Camargos da PUC Minas.




OS GASTOS EM MOGI DAS CRUZES Depois de mais de 20 anos do mesmo grupo político no poder, a cidade elegeu o vereador Caio Cunha (Podemos) o novo prefeito com 58,39% dos votos, ou 114.656. O ex-prefeito Marcus Melo (PSDB) tentou a reeleição, mas não conseguiu. Em toda a campanha, o prefeito vencedor gastou R$ 819.421,02. Deste total: – publicidade por materiais impressos: R$ 206.960,95 – produção de programas de rádio, televisão ou vídeo: R$ 197.000 – serviços prestados por terceiros: R$ 138.410 – despesas com pessoal: R$ 121.885 – despesa com impulsionamento de conteúdo: R$ 67.000 – serviços advocatícios: R$ 36.300 – serviços contábeis: R$ 15.000 – materias de expediente: R$ 11.025 – locação/cessão de bens imóveis: R$ 10.531,52 – publicidade por adesivos: R$ R$ 10.190 – baixa de estimáveis/recursos de pessoas físicas: R$ 4.000 – encargos financeiros, taxas bancárias e/ou op. cartão de crédito: R$ 2.000,80 – produção de jingles, vinhetas e slogans: R$ 1.500 – eventos de promoção de candidatura: R$ 603,44 – publicidade por jornais e revistas: R$ 500,00 – despesas com hospedagem: R$ 300,00 – taxas de administração de financiamento coletivo: R$ 214,31 Seu adversário no 2º turno, o ex-prefeito Marcus Melo gastou R$ 1.851.817,50, mais que o dobro do investido pelo vencedor. Desse total, a divisão ficou assim: – produção de programas de rádio, televisão ou vídeo: R$ 1.077.500,00 – despesa com impulsionamento de conteúdo: R$ 135.000 – pesquisas ou testes eleitorais: R$ 119.935 – publicidade por materiais impressos: R$ 112.771,30 – despesas com pessoal: R$ 87.480 – serviços prestados por terceiros: R$ 73.000 – doações financeiras a outros candidatos/partidos: R$ 68.000 – serviços contábeis: R$ 60.000 – serviços advocatícios: R$ 50.000 – publicidade por adesivos: R$ 44.441,26 – cessão ou locação de veículos: R$ 7.176,76 – locação/cessão de bens e imóveis: R$ 6.700 – baixa de estimáveis/recursos de pessoas físicas: R$ 4.757,60 – locação/cessão de bens móveis (exceto veículos): R$ 4.000 – materias de expediente: R$ 3.411,74 – encargos financeiros, taxas bancárias e/ou op. cartão de crédito: R$ 2.401,44 – baixa de estimáveis/recursos de pessoas físicas: R$ 100 Sobre a comparação dos gastos, algumas considerações: 1 – Marcus Melo gastou quase 10x mais com audiovisual. Na quantidade, foram quase 50x mais: 237 contra 5; 2 – Caio Cunha gastou metade do que gastou o ex-prefeito com impulsionamento nas redes; 3 – A quantidade de “publicidade por adesivos” do Marcus Melo foi 85x maior do que o Caio Cunha; 4 – Marcus Melo gastou com “cessão ou locação de veículos” e “doações financeiras a outros candidatos/partidos”, coisas que o Caio não fez; 5 – Caio gastou com “produção de jingles, vinhetas e slogans”, “eventos de promoção da candidatura”, “publicidade por jornais e revistas”, “despesas com hospedagem” e “taxa de administração de financiamento coletivo”, coisas que Melo não fez; 6 – Marcus Melo gastou com mais advogado e contador do que o Caio; 7 – Caio gastou quase o dobro com “publicidade por materiais impressos”, mas a quantidade foi bem menor: 34 para ele contra 468 para Melo; 8 – Marcus Melo doou 34 vezes para outros candidatos ou partidos. Caio não fez isso. |
Sobre investimento em publicidade, a Folha de S.Paulo deste último domingo trouxe uma reportagem dizendo que o governador de São Paulo João Doria (PSDB) vai aumentar em 69% os recursos previstos com publicidade institucional em 2021. De acordo com a Lei Orçamentária Anual (LOA), aprovada pela Assembléia Legislativa do Estado (Alesp), a previsão é um gasto de R$ 153,2 milhões no ano que vem, contra R$ 90,7 milhões projetados para este ano. Segundo consta no projeto orçamentário, os recursos de publicidade institucional são destinados à “divulgação social das ações, serviços, programas, projetos de todo o Governo do Estado de São Paulo“, incluindo serviços de assessoria de imprensa e comunicação digital. A Folha de S.Pailo ouviu o professor André Luiz, coordenador do Centro de Gestão e Políticas Públicas do Insper. Segundo ele, é como uma “prestação de contas” para a sociedade. “Não é ruim. É contar para a sociedade o que eu (governo) fiz: construí tantas escolas, abri um hospital novo, recuperei tanto de dívida”. Segundo a Folha, a verba de publicidade é dividida entre institucional e outra para utilidade pública. Essa segunda é via uma rubrica orçamentária para ser distribuída a secretaria como a da Saúde e Educação para que elas possam realizar ações “que possuam caráter educativo, informativo, de mobilização ou de orientação social, ou ainda que contenham uma orientação à população que a habilite ao usufruto de bens ou serviços públicos oferecidos pelo Governo”. A previsão é que sejam gastos R$ 40,4 milhões nesta rubrica em 2021 – R$ 2,2 milhões a menos do que o esperado para 2020. |
Disputa pela presidência da Câmara opõe a centro-direita e a esquerda do Bolsonarismo

Foto: Luiz Felipe Barbiéri/G1
A disputa pela presidência da Câmara já pode ser entendida como um aperitivo para as eleições presidenciais de 2022. O cenário que se traça é a disputa entre o Bolsonarismo e um grupo de oposição com uma composição partidária e ideológica bem grande.
De um lado, temos um grande bloco que vai desde a esquerda, passando pelo centro e chegando em alguns partidos de direita, todos capitaneados pelo atual presidente da Casa, o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ). Do outro lado, temos um bloco com os partidos do Centrão e o candidato Artur Lira (PP-AL), o homem do presidente Jair Bolsonaro na Câmara.
O bloco do presidente Rodrigo Maia (DEM-RJ) conta com 11 partidos: PT, PSL, MDB, PSB, PSDB, DEM, PDT, Cidadania, PV, PCdoB e Rede. Nem tudo foi simples para a união deste bloco. O PT e o PCdoB só fecharam questão na última sexta-feira e com contrariedade interna.
De acordo com a coluna Painel da Folha de S.Paulo (20/12/2020), a discussão da bancada dos petistas afunilou entre aderir ao bloco ou adiar ainda mais a decisão. O grupo majoritário do partido entendeu que a segunda opção seria deixar a porta aberta para Artur Lira (PP-AL) que entre os petistas havia ganhado o apoio de nomes como Zeca Dirceu (PR), Paulão (AL) e Odair Cunha (MG). Ainda segundo a coluna Painel, alguns membros do PT mantêm a preferência por Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), um dos cotados dentro do bloco de Maia. A coluna lembrou ainda que o ex-presidente Lula não interferiu na escolha da bancada dos deputados petistas, de acordo com a presidente Gleise Hoffmann (PT-PR).
Neste bolo todo, Gleise ainda afirmou que está na hora da Câmara ter uma presidente mulher. Ela ainda comentou que o PT ainda não apoia nenhum nome sondado por Maia e os demais partidos e que está conversando com o PSOL para que o partido se una no bloco.

Eliane Cantanhêde em sua coluna “Quem mente?” d’O Estado de São Paulo (20/12/2020) resumiu bem essa união em torno de Maia: “Não se trata da união de todos na alegria e na tristeza, até que a morte os separe, e nem mesmo que estarão juntos numa mesma chapa em 2022 para enfrentar a reeleição do presidente Jair Bolsonaro. Mas comprova o quanto Bolsonaro é competente para criar inimigos, trocar de amigos e espicaçar os eleitores mais escolarizados e bem informados – logo, com mais capacidade de influenciar votos”.
Durante o seu discurso junto com os outros líderes partidários, Rodrigo Maia (DEM-RJ) explicou bem a união dos 11 partidos: “Este grupo que hoje se apresenta tem muitas diferenças, sim. Porque, diferentemente daqueles que não suportam viver no marco das leis e das instituições e que não suportam o contraditório, nós nos fortalecemos nas divergências, no respeito, na civilidade e nas regras do jogo democrático. Esta não é uma eleição entre candidato A ou candidato B. Esta é a eleição entre ser livre ou subserviente; ser fiel à democracia ou ser aliado do autoritarismo; ser parceiro da ciência ou ser conivente com o negacionismo; ser fiel aos fatos ou ser devoto de fake news”.



Resumo das vacinas para mandar no grupo de Zap da família

A pandemia ainda está longe de acabar


Leituras complementares
– O governo Bolsonaro se aproxima do 3º ano de mandato com balanço de 12 ministros derrubados, 9 deles em 2020. Já no 2º escalão foram mais 7 demissões, que vão desde secretários a presidentes bancários. (Poder360)
– A tática do Novo e dos bolsonaristas para tentar saquear o Fundeb. Saiba como o obscurantismo age para proteger os ricos em detrimento dos pobres. Uma articulação entre direita e esquerda impediu que R$ 16 bilhões saíssem da educação pública. (The Intercept)
– Batalhão da PM em São Gonçalo, RJ, é líder no número de mortes causadas por policiais desde 2018. Grupo se auto intitula como os ‘caçadores’, com caveirão personalizado e codinome pintado na fachada. Áudio atribuído a comandante mostra ele pedindo para PMs voltarem de operação com ‘fatura concluída’. PM diz que números do batalhão são expressivos. (G1)
– O governo brasileiro preparou, depois de receber um pedido da polícia chilena, orientações sobre como lidar com manifestantes e reprimir protestos, assim como atuou em órgãos diplomáticos internacionais para apoiar o governo de Santiago, considerado como um aliado (UOL)
– Silvio Almeida: “Neoliberalismo é necropolítica. Ponto”. (Diário do Centro do Mundo)
– A desigualdade brasileira vista do alto em imagens impressionante (BBC Brasil)
– Das 3,2 mil espécies ameaçadas de extinção no Brasil, apenas um terço consta no Plano Nacional para Conservação. (ABRAJI)
– Há duas semanas que centenas de milhares de agricultores indianos bloqueiam as vias de acesso à capital Nova Deli, em protesto contra as reformas agrícolas impostas no país. Em setembro, o Governo indiano aprovou três novas reformas agrícolasque procuram liberalizar os preços e a quantidade vendida de determinadas culturas e permitem que os agricultores possam vender os seus produtos a empresas ao preço que desejarem, em vez de vender em mercados regulados pelo Governo, como acontecia anteriormente. (RTP)
#MandaDicas

Para mim, trata-se da maior manifestação cultural e musical do país desde a Tropicália. Não vejo nenhum outro movimento tão forte desde então e que tenha mudado a característica das comunidades brasileiras e a vida das pessoas. Para entender mais deste mundo, vale muito assistir o documentário “Anitta, made in Honório”, um registro real – nu e cru – da vida da cantora. O nome está ligado a comunidade que a artista começou: Honório Gurgel, bairro da zona norte do Rio de Janeiro. Achei incrível o documentário! Mostra o lado bem humano da cantora, suas relações com a equipe que a cerca, o quanto ela batalhou para chegar onde está e por ai vai. É possível ver a Larrisa sensível e próxima da família, a empresária que esculacha os funcionários, a executiva que conversa com as marcas, a mulher desbocada e muito bem decidida e por ai vai. Ela conta, pela primeira vez, da vez que sofreu abuso sexual aos 14 anos. É um baita documentário!
