A grande notícia dessa semana (quando falamos de Brasil, claro) é a última pesquisa XP/Ipespe que, por falta de tempo, não consegui destrinchar para você. Me perdoa hehe O que ela traz de tão importante é que a diferença está diminuindo entre o ex-presidente Lula e Bolsonaro. Sim, os dados mostram isso.
Claro que o espaço entre ambos ainda é maior que 20%, mas já há uma tendência de aproximação entre as duas candidaturas. O Partido dos Trabalhadores (PT) já até ligou o sinal amarelo e prometeu antecipar a campanha de Lula – veja na reportagem que coloquei nas Leituras complementares.
Para mim, há alguns pontos para que isso esteja acontecendo. São eles:
– a pandemia está arrefecendo, tudo está voltando ao normal, os números de mortes e contaminados está caindo, os da vacinação continuam aumentando e as máscaras já até foram liberadas em locais públicos. Logo, o clima de normalidade está no ar. Junto a isso, as denúncias contra a atuação de Bolsonaro caíram no limbo e tudo indica que nada vai acontecer com ele;
– a economia tem dado sinais de melhora e isso anima a população. Junto a isso, temos o pagamento do Auxílio-Brasil. É mais dinheiro na mão da população;
– Bolsonaro parou de atacar a vacinação infantil. Isso reaproximou deles alguns setores;
– o presidente reduziu a sua quantidade de bobeiras ditas por ai. Ele não está mais cuspindo um monte de atrocidade pela imprensa. Se por um lado ele perde o seu eleitorado mais radical, por outro ele consegue agregar mais conservadores e anti-petistas;
– as únicas falas mais ácidas do presidente tem a ver com a agenda conservadora (caso do aborto na Colômbia recentemente) ou contra a esquerda. Por que? Para unir essa turma conservadora e anti-esquerda que tem medo da volta do PT;
– Bolsonaro fechou mesmo com o Centrão e isso vai dar sustância para sua campanha;
– a dita 3ª via não decolou e não vai decolar. Logo, muita gente vai navegar nos braços bolsonaristas só por não quererem o PT governando novamente.
Se antes tava 7×1 para o PT, agora o jogo começa a equilibrar. O jogo não está perdido. É preciso sempre deixar o radar ligado. Sugiro que você ouça a primeira dica dessa newsletter que está mais pra baixo. Dá pra entender bem tudo isso. Boa leitura!

🇨🇱 O Chile de Gabriel Boric: reformas estruturais, mais poder aos ministros e políticas de gênero. (El País)
🇨🇱 O fim do governo Piñera no Chile. (Revista Anfibia)
🇨🇱 Filhos de exilados do regime Pinochet viram ministros do novo governo chileno; saiba quem são. (g1)
🇨🇴 Fico Gutiérrez e o risco de reconhecer-se como “o candidato de Uribe”. Ele é o nome mais firme da direita colombiana. (El País)
🇻🇪 Venezuela liberta dois americanos em meio à negociação sobre petróleo.
(Globo News)
🇵🇪 Congresso do Peru aprova processo de impeachment contra o presidente Pedro Castillo. (La Republica)
🇺🇸 O que vai acontecer com a OTAN se Trump vencer em 2024? (The Daily Beast)
🇺🇸 EUA alertam China para não ajudar Rússia na Ucrânia enquanto primeiro comboio foge de Mariupol. (Reuters)
🇻🇦 Papa Francisco demite padre de Americana acusado de abusos sexuais. Em comunicado, Diocese de Limeira (SP) informa que Pedro Leandro Ricardo não poderá mais exercer o ministério sacerdotal. Ele é investigado por crimes supostamente cometidos em três cidades e uma denúncia foi aceita pela Justiça em 2020. (g1)
🇺🇦 Debate sobre a Ucrânia apaga papel do capitalismo no conflito. Uma Ucrânia próxima ao Ocidente fornece vantagens incomparáveis aos Estados Unidos e ameaça os interesses dos produtores russos. Já uma Ucrânia dominada pelo Kremlin daria controle total à Rússia sobre a própria rota de gasodutos. (Le Monde Diplomatique)
🇺🇦 Por que estupro de mulheres vira arma de guerra em conflito como da Ucrânia. (UOL)
🇺🇦 Empresas buscam ex-soldados para missões na Ucrânia por até R$ 10 mil por dia. (BBC News)
🇷🇺 Guerra cibernética e a ausência dos atores da política institucional marcam o debate entre Rússia e Ucrânia no Twitter. (Sala de Democracia Digital)
🇷🇺 A Stalinização da Rússia. (The Economist)
🇷🇺 Como a guerra na Ucrânia pode mudar a popularidade de Putin entre os russos. (FiveThirtyEight)
🇰🇬 Ásia Central vai sofrer com queda de remessas russas. Quirguistão e Tajiquistão serão os mais afetados. (Eurasianet)
🇮🇳 Índia dispara, acidentalmente, míssil contra o Paquistão. (El País)
🇯🇵 Pedra que aprisionava demônio, segundo mito, se rompe no Japão e causa pânico. O espirito maligno da pedra é uma figura muito usada em mangás, animes e jogos, chamada de Raposa de Nove Caudas. (Correio Braziliense)
🇰🇷 Conservador Yoon Suk-yeol é eleito presidente da Coreia do Sul. (UOL)
🇬🇭 Para vítimas de agressão sexual em Gana, a justiça é cara – e indescritível.
(The World)
🇨🇩 Ataques rebeldes na República Democrática do Congo matam ao menos 30. (UOL)
🇸🇦 Arábia Saudita executa 81 pessoas ‘por terrorismo’ em um único dia.
(Folha de S.Paulo)
🇮🇷 Irã diz que ‘sabotagem’ israelense na usina nuclear de Fordow foi frustrada.
(Al Jazeera)
🇦🇿 Conheça a tv que cobre o Azerbaijão mas funciona fora do país.
(Rede de Jornalistas Internacionais)
🇮🇶 Ataque no Curdistão iraquiano. (Petit Journal)
#MandaDicas



Leituras complementares
Crescimento de Bolsonaro assusta, e PT vai antecipar campanha de Lula. (Metrópoles)
‘Já que vamos ter o Lula, que seja com um vice como o Alckmin’, diz Tabata Amaral a empresários de SP. (Folha de S.Paulo)
A boa e a má notícia para Lula, segundo pesquisa do PT. (Veja)
Bolsonaro restabelece distância de adversários e lidera nas redes sociais.
(Folha de S.Paulo)
Governo diz que não pagou despesas de Carlos Bolsonaro na Rússia, mas não informa agenda. (O Globo)
Valdemar Costa Neto desconfia de golpe de Bolsonaro e PF para tomar o PL. (UOL)
Site bolsonarista vende token “mito22 para financiar campanha e viola lei eleitoral.
(O Estado de S. Paulo)
“Não tem esse negócio de nasceu homem e pode ser mulher”: Milton Ribeiro sugere que ensinar diversidade sexual a alunos é incentivo a ‘coisa errada’. (Extra)
Canais antivacina no Telegram estão se tornando celeiros de neonazistas. Cartazes nazistas em manifestações antivacina são a face mais visível de um fenômeno comum nas redes de extrema direita. (The Intercept Brasil)
Ex-namorada sueca diz que Renan Santos, do MBL, era racista e chamava mulheres de “prostitutas”. Em entrevista exclusiva ao DCM, mulher contou que o coordenador do MBL, que foi com Mamãe Falei à Ucrânia, chamava trabalhadora doméstica de “escrava”. (Revista Fórum)
Guerra na Ucrânia faz preço do ouro subir e estimula retomada de garimpo ilegal no Pará. (Brasil de Fato)
Site lança curadoria automática de tweets sobre a guerra na Ucrânia. São cerca de 160 perfis monitorados. (Núcleo Jornalismo)
Pastor de Goiás é suspeito de aplicar golpes, mesmo respondendo na Justiça por estelionato. (Fantástico)
Novo caso de homem gay encontrado com saco plástico na cabeça alerta comunidade sobre homofobia. (Mídia NINJA)
Caso Marielle: Ministério Público reexamina celulares. (Nexo)
Mais de 320 mil crianças foram registradas sem o nome do pai durante a pandemia. (UOL)
Agua da torneira tem produtos químicos e radioativos em 763 cidades brasileiras. (Agência Pública)
Igualdade de gênero: tema urgente para um futuro sustentável. (ONU)
Estudo revela que 127 jornalistas e meios de comunicação foram vítimas de ataque de gênero em 2021. (ABRAJI)
Violência online dificulta representatividade de mulheres na política. MonitorA lança relatório no qual reúne análises e sugestões para o combate à violência política de gênero no país. (InternetLAB)
Câmara retira exigência de autorização do marido para que mulher faça laqueadura. (g1)
Brasil levará 120 anos para ter equilíbrio entre homem e mulher na política. (UOL)
Evento para fomentar participação feminina na política divulga lista de debatedores: todos homens. (g1)
“As mulheres com deficiência não são consideradas sexuadas” (Gama)
“Reconhecimento facial para fim policial nasce já como derrota humanitária”. (UOL)
Pesquisa vê aumento de mulheres nas cortes, mas ressalta ‘abismo’ com relação a homens. (UOL)
Perfis de política crescem no Instagram no fim de 2021. (Meio&Mensagem)
A guerra torna a mídia social um campo minado ético. (Axios)
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[Combustíveis]: Bolsonarismo (1 – 11% dos atores) isoladíssimo no debate, com uma narrativa extremamente reativa e sem ainda entender como irá acompanhar o debate. Ataques contra governadores, que já tinham baixo impacto nas redes, hoje se mostram ainda mais ineficazes. o campo de atores que se indignaram com o novo aumento é amplo, plural e composto por usuários que não se engajam com a política partidária nas redes sociais. Tem até adolescente reclamando do preço da gasolina “bem na minha vez”. Abertura de espaço para a “nostalgia”. Coleta feita no Twitter, apenas em 11 de março. Mais de 300 mil menções relacionadas ao tema combustíveis.
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